MANIFESTO PÚBLICO DAS ENTIDADES DO SETOR PRODUTIVO DE CM

MANIFESTO PÚBLICO DAS ENTIDADES DO SETOR PRODUTIVO DE CAMPO MOURÃO/PR



As entidades que subscrevem o presente manifesto público lamentam a decisão tomada pela Prefeitura Municipal de Campo Mourão/PR, que definiu pela retomada das atividades comerciais em nossa cidade somente a partir de 20 de abril, de acordo com o Decreto 8.475, de 12 de abril de 2020.


Em sinal de transparência e compromisso com o setor produtivo, as entidades abaixo mencionadas vêm esclarecer à toda a sociedade mourãoense as ações tomadas pelas mesmas desde o início da crise gerada pelo COVID-19.


Um plano de reabertura gradual do comércio e retomada das atividades econômicas foi solicitado pela Prefeitura, sendo que este foi devidamente apresentado à mesma no dia 01/04/2020, como forma de colaborar e agilizar a retomada das atividades. Um dos maiores objetivos foi visar a preservação dos postos de trabalho e, por consequência, o sustento do trabalhador que, neste momento, vive a eminência de perder o emprego, assim como centenas de outros que já o perderam. Até o momento, não houve retorno do mesmo, sendo necessário destacar que nenhum dos representantes das entidades subscritoras foram convidados a compor definitivamente os conselhos e comitês da Prefeitura que tratam acerca da gestão de crise do coronavírus.


As entidades estão em constante negociação com parceiros para prover linhas de crédito a seus associados, bem como formas de garantir a retomada de suas atividades tentando dialogar com o Poder Público.


Vale lembrar que quando houve ciência da possibilidade do primeiro caso de COVID-19, antes mesmo da confirmação, as entidades apoiaram a Prefeitura para o fechamento das empresas, assim como o isolamento social, como medida de proteção a população de Campo Mourão. No entanto, as medidas de isolamento social estão sendo desacreditadas pelas cenas recorrentes em nossa cidade, a exemplo: aglomeração de pessoas do grupo de risco em determinados locais que não foram atingidos pelos decretos. Portanto, fica evidente que a situação de risco NÃO é causada pelo comércio local, onde há condições de atender sem causar aglomeração e dentro dos protocolos de segurança, de higiene e saúde.


É primordial destacar que todos os membros das entidades fizeram sua parte, visando atender os anseios dos associados e de toda classe produtiva, mesmo comprometendo a saúde financeira das empresas e manutenção de empregos na cidade, tendo em vista que o comércio está praticamente paralisado há cerca de um mês.


As entidades compreendem a preocupação das autoridades de saúde, no entanto esta classe essencial da sociedade não pode se calar diante da insegurança jurídica e social que se instaurou em nossa cidade, vindo a se agravar nos próximos dias com a permanência do fechamento dos estabelecimentos. Infelizmente, algumas empresas já não conseguirão reabrir suas portas e a demissão de muitos trabalhadores será a consequência da permanência deste fechamento quase total.


Ademais, cabe acrescentar que a maioria das cidades da COMCAM permanecem com os comércios abertos, tornando descabida a permanência com o fechamento, sendo ainda mais injusto com o empresário local. Lembrando que essas cidades utilizam Campo Mourão como referência na área da saúde.


O retorno imediato das atividades já não iria reverter os profundos impactos sofridos até aqui, mas ao menos daria ao setor produtivo a chance de lutar para amenizar os danos. Frisa-se que as entidades e seus dirigentes se preocupam muito com a saúde das pessoas. Todavia, não podem deixar de lado a situação de famílias inteiras que já viram seus sustentos comprometidos pelo fechamento das empresas, principalmente as pequenas e médias.


Aproveita-se, mais uma vez, para reafirmar que a sensibilização e colaboração devem vir de todos os setores, principalmente daqueles que têm seus altos salários e renda garantidos todos os meses, sem a interferência do funcionamento de nossas atividades econômicas. É o caso da classe política e da elite do funcionalismo público, a quem clama-se para que reduzam seus salários e direcionem essa economia ao atendimento da população mais vulnerável nesse cenário calamitoso.


Por fim, solicita-se que a Prefeitura Municipal de Campo Mourão seja mais esclarecedora sobre os motivos que a levaram a prorrogar o isolamento social, com dados técnicos e enfáticos, inclusive, informando qual é a real situação das unidades e equipamentos hospitalares.


As entidades requerem ainda que a Prefeitura se posicione com olhar atento também ao equilíbrio da saúde humana em conjunto com a saúde econômica do município, pois a crise econômica também afeta e ameaça à vida de nossa população aumentando o índice de sofrimento e mortalidade em decorrência de fatores ligados diretamente a ela.


Não se pode concordar que a definição do futuro dos negócios que movem a economia desta cidade seja tomada sem a presença de seus representantes legais, uma vez que, repita-se, os conselhos e comitês criados pela Prefeitura não contam com representantes da classe empresarial.


Diante do exposto, defende-se e solicita-se à Prefeitura Municipal de Campo Mourão a abertura das atividades econômicas do município IMEDIATAMENTE, com a adoção rígida de protocolos de saúde por parte das empresas e do cidadão mourãoense, o qual deve ter consciência do seu papel nesse momento que a humanidade está atravessando, como forma de dar continuidade às medidas necessárias para a contenção do COVID-19.




Campo Mourão/PR, 12 de Abril de 2020.

Atenciosamente,


ACICAM – SINDICAM – CODECAM – CONJOVE – CARCECOPAR – CDL – SINDIMETAL – SINDICATO RURAL DE CAMPO MOURÃO



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Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão
(44) 3518-8000